quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Parnaso do Além-Túmulo - Primeira Obra Mediúnica Publicada



O livro de poemas mediúnicos Parnaso do Além-Túmulo, psicografado por Chico Xavier, foi lançado em 1932 pela Federação Espírita Brasileira (FEB). O volume continha 60 poemas , cuja autoria era atribuída a nove poetas brasileiros - Augusto dos Anjos, Auta de Souza, Bittencourt Sampaio, Casimiro de Abreu, Casimiro Cunha, Castro Alves, Cruz e Sousa, Pedro de Alcântara e Sousa Caldas; quatro poetas portugueses - Antero de Quental, Guerra Junqueiro, João de Deus e Júlio Diniz; e um poeta anônimo denominado "Um desconhecido". Antecediam aos poemas um prefácio de Manuel Quintão, responsável pela publicação do livro, e uma apresentação em que Chico fazia uma síntese biográfica sua e explicava a gênese dos poemas da antologia.

Três anos depois, saía a 2ª edição do livro, quase que triplicada: eram 173 poemas, atribuídos a 32 autores. Além dos já citados na 1ª edição, havia mais alguns nomes ilustres em meio a outros pouco conhecidos ou mesmo anônimos: A.G., Amadeu (?), António Nobre, Artur Azevedo, B. Lopes, Batista Cepelos, Cármem Cinira, Emílio de Menezes, Fagundes Varela, Hermes Fontes, José Duro, Juvenal Galeno, Luiz Guimarães Júnior, Marta, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Raul de Leoni e Valado Rosas. Incluíram-se também um "Pró-forma para esta edição, no qual Manuel Quintão rebate as críticas de religiosos e intelectuais feitas ao livro, e um texto psicografado por Chico Xavier, atribuído ao escritor Humberto de Campos, que comenta brevemente a antologia e faz referência a crônicas sobre a obra, escritas em 1932 pelo escritor maranhense, de cujo ponto de vista afirma agora discordar.
Em 1939, novamente aumentada, era lançada a 3ª edição de Parnaso. O volume era composto por 199 poemas, atribuídos a 38 poetas: os seis novos nomes eram os de Alphonsus de3 Guimaraens, Antônio Torres, Augusto de Lima, Belmiro Braga, José Silvério Horta e Rodrigues Abreu. Mas um texto de Manuel Quintão foi incluído, o qual trata dos novos autores presentes nesta edição e discarta a aventada hipótese de que os poemas do livro seriam apenas imitações de obras originais de seus autores.
A 4ª edição da antologia saiu em 1944. Aumentara para 248 poemas, atribuídos a 47 poetas. O grupo dos novos autores era constituído por Abel Gomes, Albérico Lobo, Alberto de Oliveira, Alma Eros, Amaral Ornellas, Cornélio Bastos, Gustavo Teixeira, Lucindo Filho e Luiz Murat. O livro também recebeu mais um texto de Manuel Quintão, eu comenta as impressões de Agrippino Grieco sobre a produção literária de Chico Xavier, cuja veloz escrita psicográfica o crítico presenciara em uma sessão mediúnica realizada em Belo Horizonte, em julho de 1939.

Apenas um ano depois, em 1945, foi lançada a 5ª edição de Parnaso, sem outras adições de texto.
(Fonte: Texto de Alexandre Caroli Rocha como Doutorando em Teoria e História Literária - UNICAMP)